RESENHA DO ARTIGO “OS TRÊS POVOS DA REPÚBLICA”


José Murilo de Carvalho, autor do artigo intitulado “Os três povos da República” é cientista político e um reconhecido historiador brasileiro, em seu artigo intitulado ele tem como objetivo examinar o povo em várias vertentes durante o apogeu do sistema oligárquico em diversas fases da república.
Apresenta fatos ocorridos no período de 1889 a 1904, como golpes de estado, assassinatos, revoltas populares, rebeliões militares, greves, guerras civis. O povo pouca participação teve na proclamação do novo regime, tendo sido afastados pelas oligarquias, que inventaram e consolidaram um sistema de poder que se distanciava e muito do que podemos chamar de democracia. O artigo do autor foi dividido com base em três povos ou três caras do povo na Primeira República, sendo: o povo das estatísticas, o povo político e o povo das ruas.
O povo na Primeira República, segundo Carvalho era integrado por fazendeiros, profissionais liberais, jornalistas, professores, estudantes de cursos superiores e oficiais do Exército, pessoas com domínio, influência política ou que tinha poder. Pessoas que trabalhavam como trabalhadores rurais, operários ou artesãos não havia.
O povo das estatísticas seria o povo civil, quantificado por meio do censo pela primeira vez em 1881 por Louis Couty, para representar o povo político do Brasil. E foi a partir dessa quantificação que Louis afirmou que “o Brasil não tem povo”, no sentido de não haver povo político, como nos países desenvolvidos, porque segundo ele, os números eram composto das massas organizadas e de eleitores capazes de opnar e quem administrava era o Poder Moderador. O deputado Gilberto Amado repetiu a análise de Couty e afirmou que os demais habitantes, em média 15 milhões, estavam a jogados a miséria, sem saúde e sem condições de trabalho e concluiu concordando com Couty que “Povo, propriamente não temos”. Um povo sem habilidades e conhecimento politico para opnar e colocar sua opnião, dos milhões de alfabetizados com o intresse de voto e que não tinha capacidade de formar idéia. As maiores populações estavam concentradas nos estados de São Pulo e Minas Gerais, as coisas não mudaram com comparação aos dias de hoje. Nesse período, o salário era baixo e na Bahia e em Pernambuco eram ainda piores. Esse período a economia do país era voltada a produção de café, mas havia grande desigualdade na distribuição da propriedade da terra, as condições de trabalho por meio de acordos orais e o pagamento de várias formas. Os melhores grupos capazes opniar sobre a política era os profissionais liberais como professores, juristas, engenheiros, religiosos, médicos e parteiras.
O povo das eleições, para José Murilo, referia-se àqueles que votavam que eram poucos daqueles que apareciam nas estatísticas. A ausência quase total de participação devia-se não somente ao fato de a maioria da população ser analfabeta, mas, principalmente, pelo receio de sair às ruas em dias de eleição devido à violência dos capangas a serviço dos candidatos.
Dessa forma, José Murilo de Carvalho discute questões importantes acerca da História do Brasil, que nos deixaram heranças marcantes, a herança da escravidão pesava bastante e o analfabetismo eram um dos aspectos mais terríveis dessa herança. O nível de educação  do país era muito baixo comparado com dos outros países, como a França e Estados unidos.
Segundo as informações divulgadas pela ONU em 2017, o IDH - Indice de Desenvolvimento Humano do país continua em sua 79º colocação, o indice de desempreco recuou no 4º trimestre de 2017, mas ainda continua muito alto. Segundo o site da Brasil Escola o país está na 7ª colocação na economia mundial e é o primeiro da América Latina. Precisamos conhecer a História do país para entendermos o momento que estamos vivendo, ou seja, conhecer o passado, para entender o presente e melhorarmos o futuro.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha do filme: Joy: o nome do sucesso

O QUE É DESIGN THINKING?

Um dia após o outro